Lilypie Third Birthday tickers
PitaPata - Personal picturePitaPata Dog tickers

sábado, 15 de maio de 2010

Minha "Review" do Livro "Sobre Pressão" do Carl Honoré

O livro é um wake-up call para a nova geração de pais que tem filhos depois do 30, geralmente tem muitos anos de educação "formal" (graduação, mestrado, doutorado) e tem poucos filhos. Há uma tendencia de tratar os filhos como "projetos" a serem completados, cujos objetivos, caminhos e processo é definido pelos próprios pais. Eu mesma me vi em várias das "armadilhas" descritas pelo livro. Acho que muitos pais também se verão nele.


1) Muitos pais pensam nos filhos como uma versão 2.0 deles mesmos com as qualidades melhoradas e os defeitos amenizados, o que cria uma expectativa em torno da criança. Muitas pesquisas mostram que as crianças nascidas de 1990 para cá estão cada vez mais estressadas e ansiosas por causa disso. As crianças de hoje estão tendendo a ser "moldes", a ter medo de arriscar, de imaginar, de ousar. Perguntaram pra uma turminha de crianças numa pré-escola de Seattle o que é felicidade. Um deles respondeu: "entrar em Harvard".


2) Seguindo essa linha muitas pré-escolas estão dando muita ênfase à "ensinar" o beabá, cores, formas e se esquecendo que criança em idade pre-escolar precisa mesmo é brincar livremente e da forma menos estruturada possível. Como o livro diz, as crianças de hoje estão com dificuldade em "ver o mundo num grão de areia".



3) Atividades extra-curriculares. Aqui nos US a média de atividades extra-curriculares é 5, 6. Como as crianças podem ter tempo de "viver", refletir, se sentir entediadas com o dia "full-packed"?


4) Esportes. Esse é especialmente pros US. Aqui esporte não é para se divertir, algo entre a bola e a criança, a criança e a bola.Eu sou testemunha ocular disso. É só ir em qq parque que vc vê os pais controlando os jogos dos meninos, com estatísticas, campeonatos super, hiper organizados. Cadê o jogar só por jogar? Em Ipatinga, lembro que quando os meninos queriam jogar futebol, eles simplesmente iam pro campinho, se auto-organizavam e simplesmente começavam a jogar. Nunca vi pai se envolvendo no joguinho deles.


5) Eu só ganhava brinquedo no aniversário (incluindo o da Camilla :)) e no Natal. E nunca reclamei. Hoje, sempre que vou na Target "acho" um brinquedo que "tenho certeza" que irá ser "excelente" pro desenvolvimento da Brooke.


6) Muitos livros de pais, nos "ensinam" a falar aos nossos filhos que eles são lindos, maravilhosos, que podem tudo, para formar a auto-estima deles. Será que devemos? Uma criança entrevistada numa pesquisa disse: "Meus pais vivem dizendo que eu posso ser tudo que quero ser. Eu tenho muito medo de fracassar, de decepcioná-los".


O livro também fala sobre deveres de casa, marcos de desenvolvimento, brinquedos, consumismo, tecnologia, disciplina e etc...


O ponto principal é que as crianças de hoje são "micro-managed" pelos pais. Até querer ensinar eles a brincar a gente tenta! Como se precisasse. Na minha infância eu fazia no máximo 2 atividades extra-curriculares (jazz e inglês) e tinha MUITO tempo para ser criança, com pouca pressão para escolher meu próprio caminho como uma pessoa independente.

3 comentários:

Unknown disse...

Dani,
Desde seu post anterior, que me motivou a escrever no Di Grávida, eu fiquei com muita vontade de ler esse livro!
Está na minha wish-list e já já devo comprá-lo... Depois comento sobre ele lá no blog...
Abraço! Parabéns pela Brooke, ela está muito bonitinha!

Gesa Seabra disse...

Brookinha é muito privilegiada com os pais que tem,preocupados em proporcionar-lhe uma infância verdadeira.Fico feliz Daniela ,por você reconhecer que curtiu a sua fase criança,tendo tudo,mas na hora certa,esperando com alegria os aniversário,o natal,a páscoa ,para ganhar os presentes,que por essa espera,eram tão valorizados.
Ainda bem que ainda há pessoas dedicadas a alertar os pais com seus livros,e o mais importante,encontrarem quem por eles se interessem como você ,que passa para frente
as informações recebidas.

Nadia disse...

Daniela,

Vim dar uma olhada na sua review depois que conversamos na quinta e fiquei com muita vontade de ler esse livro. Muito obrigada pela dica!